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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Será que eu sou de outro mundo?

Na tarde de hoje, andando pelas ruas, me peguei pensando novamente sobre educação e respeito entre desconhecidos, entre as pessoas com as quais cruzamos no dia a dia e mal olhamos para seus rostos. Pensava na educação no trânsito, nos estabelecimentos comerciais, nos meios de transporte, etc.

Vi uma senhora, dentro do seu carro, e em voz alta, emplorando por respeito, ao ser quase atropelada por outro carro. Ela perguntava ao motorista desse carro, se ele não poderia esperar que ela passasse pelo cruzamento, ao invés de passar pelo meio da rua, quase por cima das pessoas, dentre elas crianças indo e voltando da escola. Então pensei como seria mais fácil e mais harmônico se todas as pessoas se comportassem como verdadeiros cidadãos e pessoas educadas pertencentes de uma mesma comunidade. Nossa!

Algumas horas depois, me vi diante de uma situação de total desrespeito, em que eu era uma das vítimas. Fiz sinal para um ônibus, que após parar no ponto, e eu entrar, foi "arrancado" pelo motorista. O rapaz atrás de mim, subindo na escada do ônibus, quase caiu para trás, na rua, e nem abriu a boca para reclamar com o motorista. Nesse mesmo momento, me vi perdendo todos os dentes, ao quase bater a boca num ferro, próximo à roleta, e disparei: Que isso, motorista!!! Vá devagar! Eu quase caí! Calma!!! Este, por sua vez, não disse uma palavra, não esboçou um movimento, nem mesmo virou o pescoço ou moveu os olhos para me olhar. Nada aconteceu... estava falando com o vento. Ao chegar no local onde teria que descer, fiz sinal e o motorista parou o ônibus bem antes do ponto, para aproveitar que estava parado no sinal. Abriu a porta. Eu disse: Por favor, eu vou saltar lá na frente, no ponto. Ele me olhou pelo espelho e disse, ironicamente, que eu realmente teria que andar muito se saltasse antes do ponto. Eu argumentei que gostaria que ele fizesse as coisas certas, não como ele queria. Disse ainda que ele já estava errado por ter "arrancado"com o ônibus e repeti que, por favor, me deixasse no ponto. Ele o fez, ainda reclamando...

Não é a primeira vez que uma coisa desse tipo acontece comigo. Por várias vezes discuti com motoristas de ônibus por pararem fora do ponto, por não parar para idosos e arrancar com o ônibus após idosos subirem no mesmo. Também já perdi as contas de quantas vezes pedi que pessoas jovens levantassem de assentos reservados para idosos ou gestantes, quando estes estavam de pé, muitas vezes até segurando sacolas, e a reação das pessoas é sempre a mesma: surpresa, ironia. Ainda em meios de transporte, posso contar já ter sido quase expulsa de uma "van", por pedir, com muita educação, que o motorista andasse mais devagar às dez horas da noite. O motorista corria como um louco, cortando todos os carros que via a sua frente, numa estradinha escura, cheia de curvas, no meio do mato e muito perigosa. Fui quase forçada a descer desse carro quando o motorista o parou e abriu a porta para que eu o deixasse. Coloquei pé forme e não desci.
  
Pode parecer papinho "decadê", mas acho que estamos mesmo é nos acostumando com essas situações tão comuns no nosso cotidiano. Será que só eu reclamo? Será que eu sou de outro mundo? Será que só eu acho tudo isso fora do normal? Será que só eu acho o cúmulo do absurdo a forma como as pessoas tratam as outras, sem ao menos conhecerem? Nessas horas a minha vontade é dizer: "Sabe com quem você está falando?" Não pelo valor material ao qual possuo, não pelo meu cargo profissional e nem mesmo pelo sobrenome ao qual assino, mesmo porque nenhuma dessas justificativas seriam suficientes para responder a essa pergunta, mas pelo valor moral, pelos valores que fazem parte de mim, através da criação que recebi, da índole e do caráter que construí. Como alguém pode tratar alguém tão mal, sem conhecer que tipo de pessoa se trata. Será que essa pessoa faz tanto mal às outras que merece ser tratada assim?

Ainda hoje, conversando com colegas de trabalho, comentamos sobre a postura dos médicos em hospitais, em que parecem não querer esclarecer nossas dúvidas sobre os procedimentos com seus pacientes e ficam tão incomodados ao serem indagados sobre isso. Mesmo tendo passado por várias situações, ano passado, com meu avô, internado  em um hospital em estado grave, uma situação muito peculiar, contada por uma dessas colegas, me surpreendeu pela verbalização dessa postura dos médicos. Antes mesmo que esta colega fizesse a bendita pergunta ao médico ("Sabe com quem você está falando?"), o próprio a perguntou qual seria seu nível de escolaridade para saber se poderia respondê-la. 

Enfim, mais uma vez me pergunto: "Será que eu sou de outro mundo?"     

M. Fernandes

Um comentário:

  1. Tbm me sinto uma estrangeira em certos momentos. Principalmente aqui no centro do Rio onde eu trabalho.
    Gostei do blog! Seguindoooo

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